terça-feira, 21 de outubro de 2008
Sobre o vulcão, o melhor café do mundo
Quando a bisavó do cafeicultor Gabriel de Carvalho Dias adquiriu, em 1890, terras na região de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, não imaginava que suas propriedades estavam bem em cima de um vulcão. E esse é um detalhe que fez muita diferença. Primeiro, porque colocou Poços de Caldas na rota nacional do turismo por suas águas quentes e mineralizadas, com poder de cura. Mas também porque é nessa região circundada por montanhas, que faz divisa com a pequena Botelhos e a cidade paulista de São Sebastião da Grama, que é plantado um dos melhores cafés do mundo.
A "culpa" toda é do vulcão, que nunca entrou em erupção e provavelmente nunca entrará, mas que conferiu àquela região o que os produtores de vinho chamam de "terroir", termo de origem francesa que significa extensão de terra com aptidões agrícolas.
São nessas áreas entre Poços de Caldas, Botelhos e São Sebastião da Grama, com clima naturalmente frio e terras mais férteis, em consequência do maior teor de potássio no solo, a uma altitude entre 950 metros e 1.500 metros, que também é cultivada a chamada princesinha dos grãos, o bourbon amarelo - café arábica top de linha, que confere à bebida sabor e aroma típicos e qualidade superior.
"Minha bisavó [Matilde Carvalho Dias] teve 11 filhos e dividiu suas propriedades [cerca de 6 mil hectares] entre eles. Boa parte se desfez de suas propriedades. Dois deles se associaram à CBA (Companhia Brasileira do Alumínio) [do grupo Votorantim] para exploração de minérios [bauxita] e outra parte foi para pecuária em áreas menos férteis. Mas foi no café que a família se consolidou", diz Carvalho Dias.
Carvalho Dias é um dos maiores produtores de bourbon amarelo do Brasil e também preside a Bourbon Specialty Coffees, trading exportadora de café verde e de torrado e moído para expresso, com sede em Poços de Caldas. Na fazenda Cachoeira da Grama, em São Sebastião da Grama (SP), a família de Carvalho Dias cultiva café em 140 hectares, de uma área total de 417 hectares, e possui uma torrefadora na mesma propriedade. É dessa fazenda que saem os cafés com a marca Spress Café, vendidos nas redes de restaurantes Galetos e em supermercados de luxo do país.
São Sebastião da Grama é uma cidade de apenas 13 mil habitantes e 13 torrefadoras. Parece exagero, mas os melhores cafés da cidade não ficam por lá: atravessam o Atlântico para os mercados mais exigentes do Japão e Europa. Todos os anos os cafeicultores dessa cidade são premiados pela qualidade de seus grãos. "A cidade vive da agricultura, sobretudo café", afirma o prefeito Emílio Bizon (PPS-SP). São 15 milhões de pés de café e 450 propriedades, de pequenos e médios cafeicultores.
Toda essa região, chamada de Vale da Grama, cujo microclima típico e propício para o plantio de café, concentra fazendas produtoras de grãos especiais. A Sertãozinho, em Botelhos, está expandindo seus negócios, com a aquisição de duas propriedades vizinhas. Essa propriedade é administrada pelo engenheiro agrônomo José Renato Gonçalves Dias e sua esposa, Ana Cecília Carvalho Dias, de tradicionais famílias de cafeicultores da região, mas que representam uma nova geração de agricultores que não olham o café apenas como uma commodity. Ana Cecília é prima de Gabriel, ambos bisnetos de dona Matilde.
A fazenda Sertãozinho, que pertence ao empresário Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo, também abriga uma torrefadora, que comercializa o Café Orfeu, também vendido em restaurantes, hotéis e supermercados de luxo do país. Em uma área de quase 900 hectares, Ana Cecília e José Renato "cuidam" de 2,25 milhões de pés de café. Nesta safra 2008 vão colher cerca de 26 mil sacas de 60 quilos, dos quais 40% são grãos especiais. Entre 2007 e este ano, adquiriram duas propriedades vizinhas para aumentar a oferta de café especial. Ana Cecília e seu marido são sócios minoritários da Café Orfeu.
O mercado de cafés especiais ainda é pequeno, se comparado com o universo de grãos convencionais do país. A colheita dessa safra deve totalizar 45,8 milhões de sacas. Desse total, entre 500 mil sacas a 1 milhão de sacas são considerados cafés especiais, de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês). Essa entidade reúne 42 associados, que produzem cerca de 200 mil sacas de grãos com essas qualificações por ano.
O Brasil, maior produtor e exportador de café, embarca mais de 80% de sua produção de grãos especiais, sobretudo para o Japão e os EUA. "Esse mercado deslanchou a partir de 2000, com o crescimento da demanda no mercado internacional", diz Carvalho Dias, que também preside a BSCA. Uma saca de café especial é, no mínimo, 30% mais caro que os grãos convencionais e pode custar o dobro, dependendo da região produtora. Com a crise global, a demanda no país pode até não avançar em um ritmo mais acelerado, mas vinha crescendo a uma média de 20% ao ano.
A produção de cafés especiais exige cuidados desde o momento da colheita até a industrialização do produto. Durante a colheita, os grãos não podem ter contato com a terra e em menos de duas horas têm de ser levados para as secadoras. "Nesse meio tempo, se os grãos fermentarem colocam todo um trabalho a perder", explica José Renato Dias. Na fazenda Sertãozinho, o café colhido das árvores fica acomodado em um pano para não ter contato com a terra.
Boa parte das fazendas de cafés especiais também adota práticas socioambientais, uma exigência, sobretudo, dos importadores. Na fazenda Lambari, de Poços de Caldas, que pertence ao grupo Astro Café, e na Cachoeira da Grama, duas escolas de ensino fundamental construídas pelas prefeituras locais contam com parceria dos cafeicultores. Na fazenda Lambari, a Astro construiu uma biblioteca e colocou computadores à disposição da população. Os cafeicultores buscam certificações internacionais, que dão garantias que o produto não foi cultivado sobre áreas de reserva e que não explora mão-de-obra infantil.
A fiscalização em cafezais voltou a se intensificar nos últimos meses. O Valor flagrou uma batida dos fiscais do trabalho em cafezais da região de Poços. Segundo os fiscais, que não quiseram se identificar, as principais denúncias desse setor são de ausência de equipamentos de segurança e falta de banheiros improvisados nos locais de colheita de café. A mão-de-obra tem um forte peso nos custos de produção de café, representando quase 40% do total. E com as fortes oscilações da commodity nas bolsas internacionais muitos produtores começaram a diversificar as atividades.
Com 40 anos, dos quais mais da metade em lavouras de café, Amadeu Teixeira de Freitas, casado e pai de dois filhos, é considerado um craque na colheita, assim como seu pai. Ele ganha, em média, quase R$ 2 mil bruto durante a colheita (de julho a setembro), mas para garantir esse salário chega a coletar 20 sacas de 60 quilos por dia, ou 1,2 tonelada. Freitas não é regra. Boa parte de seus colegas ganha metade ou até um terço. O salário aumenta de acordo com a produtividade, assim como na cana.
Parte da colheita de café no país já é mecanizada, o que reduz drasticamente os custos, mas no sul de Minas, por conta das áreas acidentadas, a mão-de-obra não pode ser substituída por máquinas. A alta declividade também impediu que os canaviais invadissem os cafezais. Na região de Poços de Caldas, a cana é considerada uma forasteira, mas mesmo assim já margeia a região e é considerada inimiga dos cafeicultores. Cada agricultor defende a tradição da cultura no país. Mas hoje as duas atividades estão em lados opostos. Enquanto a cana avança a olhos vistos, os cafeicultores travam uma luta para evitar que a área plantada com grãos no país não mingüe cada vez mais.
Fonte: http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=17786 acesso em 21/10/2008.
domingo, 19 de outubro de 2008
Receita: Capuccino
Com esta receita fica fácil e barato.
Ingredientes
- 1 lata de leite em pó
- 100g café solúvel
- 1 pacote de chantilly em pó
- 3 colheres de chocolate em pó (não serve achocolatado)
- 2 colheres de café de canela em pó
- 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
Misture tudo muito bem e para guardar utilize um recepiente limpo e seco e mantenha bem fechado para não entrar umidade.
Para preparar é igual a café solúvel: água quente e a quantidade de mistura a gosto.
Aproveitem e Boa bebida
domingo, 12 de outubro de 2008
TIPOS DE PREPARO
Filtragem: O pó é acondicionado em um filtro, de papel ou de pano, com adição de água quente não fervente por cima.Este método é muito utilizado na cultura brasileira de preparo, através de coadores caseiros e cafeteiras elétricas, dando origem ao tradicional cafezinho.
Percolação: Método onde se coloca o pó de café no centro de um equipamento moka, que posicionado em um fogão faz a água entrar em ebulição e pressionar café líquido para um recipiente. É a forma mais utilizada para consumo de café na Europa.
Prensagem: em um recipiente de vidro se coloca o pó de café misturado com água quente não fervente e em seguida introduz-se um filtro que é pressionado por um êmbolo que separa o pó do café já pronto para consumo. O método, que virou moda entre os norte-americanos, é conhecido como Prensa Francesa.
Pressão: conhecido como café expresso, neste preparo o café é moído na hora e acondicionado em um filtro que sofre uma pressão de água a 90oC e 9Kg de pressão durante 30 segundos em média, gerando uma bebida cremosa e aromática. Criado pelos franceses, o café expresso é considerado o método mais apropriado para apreciação de todas as nuances desta bebida.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Café jacu: café especial

Você vai conhecer a curiosa história do café jacu, do Espírito Santo.
Nossos repórters visitaram fazendas produtoras de cafés especiais no Espírito Santo.
O filme “Antes de Partir” mostra um milionário sistemático que aprecia um café muito especial e se admira quando sabe por um colega de quarto de hospital a sua origem: “Kopi Luwak que é o café mais caro do mundo. No povoado de Sumatra onde os grãos são cultivados existem os gatos de algalha. Esses gatos comem os grãos, ingerem e depois defecam. Os aldeões coletam e processam as fezes. É a combinação de grãos e sucos gástricos destes gatos que dá ao Kopi Luwak o sabor e aroma que são únicos”.
O café é o Kopi Luwak e o animal envolvido é um tipo de gato. O café que ele come acaba saindo no estrume. E este café agora tem a ver com uma realidade do Espírito Santo.
A Pedra Azul é um marco da região de montanhas do Espírito Santo onde vem se aprimorando ano a ano a produção de cafés especiais. E uma fazendo perto do pé da pedra tem uma novidade.
Venda Nova do Imigrantes tem marcado a presença italiana que cultua bastante as tradições culturais com origem na Europa.
Fazenda Camocim fica a pouco mais de 10 quilômetros de Venda Nova, ainda que esteja no município de Domingos Martins. São cerca de 300 hectares de café e eucalipto, com boa parte da área ainda mato.
Toda a produção no local é de café arábica orgânica. O jeito de colher café da fazenda é diferente do convencional por duas coisas.
Primeiro o café não vai no chão em cima de um pano vai direto para a peneira e só se colhe o grão cereja ou o seco, o verde fica no pé. E uma outra diferença é que chega uma hora que o colhedor deposita a peneira debaixo do pé de café, e sai pela rua caçando, olhando, procurando um outro tipo de grão.
“O que voc6e está pegando no chão”, pergunta o repórter.
“Eu estou pegando o café do jacu. O jacu vem de manhã cedo, de madrugada e como o nosso café é todo cheio de mata ele vem e come o café. E ele passa por processo no intestino e fica desse jeito. Como você pode ver, pegar na mão, ele não tem cheiro. A gente vai recolhe com uma tipóia, com um bonar de pegar bagre e a gente vem, vai catando seoparado e colocando dentro saco”, Márcio Bassani, trabalhador rural.
Ao fim de cada período os colhedores repassam de seus bornais para um saco o jacu coffee que conseguiram.
No terrero suspenso os bloquinhos com o jacu coffee são esparramados para esfarelar e soltar os grãos e ali ficam por até duas semanas. No ponto certo da seca são embalados e ficam a espera do comprador.
”E depois de beneficiado o jacu coffee fica diferente?”, pergunta o repórter.
“Ele fica com o mesmo aspecto, como se fosse um café convencional comum”, diz Rogério Lenke, supervisor da fazenda.
Hoje, no mesmo pé de café você colhe o cereja e também jacu coffee. No mesmo pé de café tem os dois.
Como é que começou esta história do jacu coffe?
A fazenda é cercada por várias matas, mata virgem e o jacu começou a migrar para comer o café e ia começar a dar prejuízo. Aí a gente chegou a pedir autorização para com eses jacus. Daí veio a notícia do café da Sumatra. Dái a a gente pegou o café de jacu fez um teste deu certo.
A tarefa agora é do câmera Jorge de Souza. Vai ter que filmar o jacu, e precisa mostrar que eles comem café e fazem o resto do serviço.
Não foi difícil ver jacus alí em volta nas árvores, fazendo até aquela zoada lá dentro. Um deles se coça, outro jacu na palmeira está espiando. Será que ele veio pelo café, que nada, o que ele quer é comer aquela semente mesmo.
Muitos dias a gente conseguiu refilmar a seqüência toda, com a pressa da reportagem aceitamos a oferta de filmar o jacu comendo o café que a gente mesmo colocou no viveiro. E comeu mesmo, com gosto.
Em coisa de 15 minutos foi ao ramo umas 10 vezes, quase nunca perdendo o bote sem espanto ou aflição.
Se engole o grão para aproveitar a polpa e o mel, o coco tem mesmo que sair e só pode ser mesmo na forma de pé de moleque que a gente viu na lavoura, o ciclo se fechou.
Henrique Sloper de Araújo, formado nos Estados Unidos em comércio exterior é o dono da fazenda Camocim.
“Qual a diferença do jacu coffee para o café da Sumatra?”, pergunta o repórter.
“A diferença básica é o processo do animal. O Sumatra ele faz uma digestão mais lenta, é um mamífero. O jacu ele faz a digestão muito mais rápido”, explica o dono.
E quanto que custa o jacu coffee? “Ele não tem preço. A gente faz o que a gente pode em uma no, é uma coisa que a natureza nos dá, a gente não tem certeza da quantidade que vamos produzir e a gente oferece aos nosso clientes e daí faz um preço de acorodo com a procura deles”, conta.
Já em São Paulo, levamos o café jacu ao centro de preparação de café do Sindicato da Cafeicultura de São Paulo. Quem vai prová-lo é a doutora Eliana Almeida, engenheira de alimentos e juradas de concursos de café.
Levamos o café jacu junto com o café da região do Espírito Santo, ambos apenas numerados, sem que a doutora Eliana soubesse qual era um qual era o outro.
Ela começou cheirando o café torrado, sentiou as outras fases até armar a mesa. Testou cada um mais de uma vez.
“Eu gostei deste café, achei que ele está com baixa adstringência, bom corpo, achei que ele é um café bem equilibrado, não tem nada nele que ressalte. Número 1. Eu daria uma nota maior para o número 2. É raro você comprar um café com esta complexidade, com esta leveza e este café número dois, parece um licor. O gosto que fica depois é mais leve. Eu daria uns 90 para o número 3 e 80 para o número 1”, afirma Eliana.
O número dois é justo o café jacu.
O café jacu, que é raro e caro, vai quase todo para a Europa e os Estados Unidos.
Fonte: Globo Rural, programa de 21/09/2008.
Acesse: http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTO0-4370-329085-1,00.html
sábado, 4 de outubro de 2008
O QUE É O CAFÉ?
Fonte: ABIC - Associação Brasileira da Indústria de Café
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
BAGDAD CAFE

Ficha Técnica
Título Original: Bagdad Cafe
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 91 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha Ocidental): 1987
Estúdio: Pelemele Film / Pro-ject Filmproduktion / Bayerischer Rundfunk / Hessischer Rundfunk
Distribuição: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Percy Adlon
Roteiro: Eleonore Adlon, Percy Adlon e Christopher Doherty
Produção: Eleonore Adlon e Percy Adlon
Música: Bob Telson
Fotografia: Bernd Heinl
Desenho de Produção: Bernt Amadeus Capra
Direção de Arte: Byrnadette DiSanto
Figurino: Regine Bätz e Elizabeth Warner
Edição: Norbert Herzner
Elenco
Marianne Sägebrecht (Jasmin)
CCH Pounder (Brenda)
Jack Palance (Rudi Cox)
Christine Kaufmann (Debby)
Monica Calhoun (Phyllis)
Darron Flagg (Salomo)
George Aguilar (Cahuenga)
G. Smokey Campbell (Sal)
Alan S. Craig (Eric)
Apesanahkwat (Xerife Arnie)